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Rádio Frutuoso Online
CUMARU PE.
O ANOITECER NO
SERTÃO!!!
Uma das coisas que lembro com saudade da minha vida sertaneja é o anoitecer no sertão.
É lindo ver o sol se esconder por traz da serra perecendo uma enorme bola de fogo que vai aos poucos lentamente desaparecendo e perdendo brilho até se esconder totalmente deixando somente os reflexos dos seus raios sem brilho e sem claridade.
Aí dar-se o momento mágico trazendo aquela penumbra com a brisa peculiar do que no sertão chamamos de “boca-da-noite”.
Logo a lua aparece com seus raios de prata prateando baixadas vales e colinas, e no céu surgem infinitos pontinhos luminosos dando mais beleza e encanto para que torne mais prazeroso ainda contemplar esse ambiente noturno observando as estrelas cintilando na imensidão do universo.
Enquanto os pássaros e outros animais de hábitos diurnos se agasalham para mais uma noite de sono tranqüilo, as corujas dão seu grito agourento, e a mãe-da-lua canta seu triste lamento nos galhos secos dos arbustos desfolhados da vasta caatinga.
Os tatus saem dos seus buracos as raposas dos seus covis e os morcegos de suas locas e desesperadamente vão à procura de comida pra si próprio e pra sua prole antes que venha a madrugada e com ela o alvorecer de uma nova aurora.
Esses belos momentos proporcionam aos poetas climas românticos que trazem a tona inspirações ilimitadas e eles aproveitam toda a beleza dessas horas para transformarem tudo isso em belos poemas.
Num desses momentos de magia e beleza surgiu-me a inspiração para o poema abaixo.
CREPÚSCULO SERTANEJO!!!
Quando o sol no ocidente
Vai perdendo seu clarão
A noite baixa a cortina,
Negra da escuridão
Num crepúsculo majestoso
Tornando mais prazeroso
O anoitecer no Sertão
Causa-nos grande emoção
Esse momento reverso
Quando os poetas se inspiram
Trazendo para seu verso
Beleza pura e constante
De cada ponto brilhante
Que surge no universo
Na inspiração fica imerso
Silencioso e soturno
Ao ver por traz da colina
Num momento taciturno
Quando na copa da mata
A lua da cor de prata
Exibe o brilho noturno
Pra quem o habito é diurno
Já está se aquietando
Enquanto a coruja triste
Dá o seu grito agourando
Já se encontra agasalhada
No pátio, toda a boiada
Bem tranqüila ruminando
A mãe-da-lua acordando
Com seu canto de tristeza
O tatu saiu da toca
Procurando com certeza
Comida pra seu sustento
Mostrando o comportamento
Das coisas da natureza
Nota-se logo a pureza
E a paz no ambiente
Rasgando a cortina escura
Passa uma estrela cadente
Sem ter efeito sonoro
Esse lindo meteoro
Traz alegria pra gente
E surge o clima atraente
Que nos traz a madrugada
A lua para o poente
Já se encontra inclinada
Enquanto para o nascente
Já quebra a barra imponente
Os raios da alvorada
Logo chega a passarada
Soltando os gorjeios seus
Somente os ignorantes
Os hipócritas ou ateus
Que ao descaso se limita
Ainda não acredita
Na existência de Deus
Não é nenhum semideus
Mas esse cargo deseja
Se hoje estão de mal-com-deus
Mas logo espero que seja
De Deus amante e temente
Se passarem com a gente
Uma noite sertaneja
Carlos Aires 07/08/2009