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RELEMBRANDO O VELHO PILÃO!!!

RELEMBRANDO O VELHO PILÃO!!!



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Na fazenda que fui criado existiam muitas coisas que não sairão jamais da minha lembrança, muitas dessas coisas já foram devastadas pela a ação do tempo e do abandono, e outras são paisagens de quando eu era criança e a ação humana ou digamos desumana, destruiu tudo como, por exemplo, árvores seculares derrubadas brutalmente a golpes de machado para transformar-se em carvão ou serem incineradas em fornos de olarias ou padarias visando apenas o retorno financeiro sem se importarem com a questão do meio ambiente e nem o valor histórico dessas árvores.

Mas entre as relíquias desse passado ainda existe um velho pilão daquele com cintura fina sextavada e com duas bocas feitas artesanalmente, esculpido em miolo maciço de baraúna.

O citado pilão que passou muito tempo em completo abandono exposto ao sol e a chuva o que o deixou um pouco corroído.

Foi doado ao meu sobrinho Zé Arlindo que cuida dele com muita responsabilidade e senso de preservação, como cuida também de outras peças antigas e históricas que foram pertencentes aos nossos antepassados.

O pilão personagem dessa historia imagino que deve ter aproximadamente duzentos anos, pois já era um velho pilão quando veio do sertão em 1929 e era pertencente aos pais dos meus avós portanto dá pra calcular sem exagero que ele realmente seja bicentenário.

Nele vi mamãe trabalhar muito pilando café torrado ou mesmo despolpando o café ainda bruto, ou pilando milho pra fazer xerém ou mungunzá ou farinha de milho ou castanha, mas vencida pela idade que lhe tiraram as forças e pela modernidade de já se encontrar o café torrado e moído nas mercearias da época ela deixou de lado o velho pilão.

Em 2003 em passeio pela Serra Negra Bezerros PE. Hospedado na acolhedora chácara do meu sobrinho a qual chamo de “O Paraíso de Arlindo” deparei-me com o nosso personagem, ou seja, “O Pilão” muito bem amparado bem cuidado e adotado por ele “Arlindo” que pelo que se ver jamais o abandonará.

Infelizmente quando Arlindo o adotou ele já estava faltando uma peça que era a “Mão-de-Pilão”, mas a peça principal está preservada.

Em homenagem a esse herói que vai atravessando séculos fiz o poema que segue abaixo.

O PILÃO

Um pilão faltando à mão
Já se encontra envelhecido
Pelo tempo corroído
Aquele velho pilão
Lembro com exatidão
Mamãe fazendo bonito
Pilando café no dito
Cantando ou às vezes rindo
Eu achava aquilo lindo
Nem podia imaginar
Que um dia ele ia parar
Dentro do museu de Arlindo

O café nele pilado
Era colhido na roça
Em cima da lona grossa
No terreiro era espalhado
Pra secar, depois guardado
No galpão dentro de um saco
E antes de seguir pro caco
A sua primeira missão
Fazia a despolpação
E depois de ser peneirado
Limpo catado e torrado
Você entrava em ação

Nele tudo se pilava
Araruta pra polvilho
Da qual fazia um sequilho
Que a gente saboreava
Porem quando precisava
Nele pilava também
Milho pra fazer xerém
Pra cuscuz pra mungunzá
E com aquele fubá
Boas comidas surgiam
As lembranças me inebriam
Ah! Que saudade me dá

Há pilão! Quanta saudade!!!
De um passado tão distante
O seu Tum, Tum, Tum constante
Ainda escuto de verdade
Mas!! Tinha outra utilidade
Quando não estava pilando
Pra não ficar perigando
Ficava no chão deitado
E a gente tudo sentado
Nele assim de tardizinha
Saboreando a farinha
Que ele tinha triturado

Farinha melhor não havia
Fosse de milho ou castanha
E para evitar barganha
Mamãe é quem dividia
Um queria outro queria
Cada um queria mais
E em quantidades iguais
Nossa mãe distribuía
Mesmo em pequena quantia
A saborosa merenda
Tinha o sabor da fazenda
A deliciosa iguaria

São coisas do meu outrora
Que eu não esqueço jamais
E já ficaram pra traz
Mas na mente ainda aflora
Só a saudade hoje mora
Dentro do meu coração
O tempo sem ter noção
Do tamanho dessa ferida
Levou minha mãe querida
Causando grande emoção
Deixou o velho pilão!!
E dela ceifou a vida

Carlos Aires
13/08/2009

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